sábado, 16 de novembro de 2013

Série THELEMA - "Faze o que tu queres será o todo da Lei."

"Faze o que tu queres será o todo da Lei"
"Amor é a lei, amor sob vontade"

  Crowley desenvolveu o sistema thelêmico a partir de uma série de experiências metafísicas experimentadas por ele e sua então esposa,Rose Edith Kelly Crowley, no início de 1904. A partir dessas experiências ele alegava ter sido contactado por uma inteligência não-corpórea denominada Aiwass (a quem identificou mais tarde como seu Sagrado Anjo Guardião), a qual ditou a ele, entre o meio-dia e as 13 horas dos dias 8, 9 e 10 de abril daquele ano, o Livro da Lei (Liber AL vel Legis). Sabe-se, além disso, que pensadores anteriores a Crowley apresentaram traços da cosmovisão e sistema contidos no livro, de modo que o conhecimento thelêmico, embora coroado pelo Liber AL, não se restringe a ele.
  θέλημα, o qual Crowley tomou como nome do sistema filosófico, místico e religioso que veio a se desenvolver a partir do texto daquele livro, considerado sagrado pelos thelemitas, ou seja, aqueles que seguem a filosofia ou religião de Thelema. O sistema thelêmico inclui uma série de referências de magia, ocultismo,misticismo e religião, tanto ocidentais quanto orientais, tais como a Cabala e a Yoga. Segundo Crowley, Thelema representaria um novo sistema ético e filosófico para a humanidade, caracterizando um Novo Aeon (Nova Era).
   É comum que a Lei de Thelema seja compreendida, à primeira leitura, como uma licença para que se executem todos os desejos e caprichos que uma pessoa tenha, sem que haja responsabilidade ou consequências por seus atos. Contudo, esta filosofia prega justamente o oposto, partindo da ideia de que cada ser humano, por possuir livre arbítrio, é inteiramente responsável por sua existência e por suas ações, sem ser absolvido ou culpado por nenhum Deus ou Diabo no que tange o destino de sua própria vida. A liberdade de todo Homem e toda Mulher é, portanto, cultuada, uma vez que, como consta no Liber AL, "Todo homem e toda mulher é uma estrela". O resultado disso é um profundo respeito a si próprio, a cada indivíduo e a cada forma de vida como sendo expressões particulares do Divino.
   Além disso, Thelema conclama cada um à descoberta e realização de sua Vontade (a inicial maiúscula sendo utilizada para diferenciar esta da vontade trivial, a expressão "Verdadeira Vontade" também sendo utilizada para tanto). Cada um de nós tem por obrigação descobrir e cumprir essa Verdadeira Vontade, deixando de lado todo capricho e distração que possa nos afastar deste objetivo máximo. Ao realizá-la, estamos nos integrando perfeitamente à nossa Natureza, que reflete a ordem do Universo. Portanto, realizar a Verdadeira Vontade é despertar para a Vontade do Universo.
   Em Thelema, considera-se a Divindade como algo imanente: isto é, que vive dentro de tudo. Logo, conhecer sua Vontade mais íntima também é conhecer a Vontade de seu Deus Interno. Esse processo de descoberta da Vontade além dos desejos do Ego constitui um método de realização espiritual baseado principalmente no autoconhecimento. Infelizmente, os escritos de Crowley são usualmente mal interpretados e incrivelmente tomados no sentido oposto ao original, dando origem a comportamentos anti-sociais que nada têm a ver com Thelema.
   A nível social, Thelema pode ser entendida como a luta pela vivência da Liberdade de cada indivíduo, de modo que ele possa se realizar de acordo com sua órbita particular, isto é, dentro de suas vivências e escolhas específicas. Considerar a importância essencial do indivíduo para o mundo pode ser uma postura menos pragmática do que a tradição política adotada por sociedades opressoras e massificantes. No entanto, pelo que foi explicado anteriormente, está claro que a tirania e os regimes totalitários nada têm a ver com Thelema.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Ritual do Pentagrama (Banimento):Magia Branca.

Este ritual foi desenvolvido pela Ordem de S.L. Mac Gregor Mathers, a Goldem Dawn (aurora dourada), que por sua vez, é praticado pelo aspirante para protegê-lo através da cruz cabalística, e promove o seu contato com o eu superior. Ao mantrar os Nomes Divinos, deve-se sentir vibrar o corpo pôr inteiro, emitindo assim o som pelos confins do universo. Praticando o ritual para banir, ele terá o propósito de eliminar os pensamentos obsedantes e perturbadores que possam interferir nos feitos mágicos do praticante, ao invocar seu objetivo será trazer as forças dos arcanjos para a protecção do invocativo (ao "invocar" estará trazendo as forças para dentro de si, ao contrário de "evocar", pois esta prática é feita para manifestar as forças externamente). O ritual também pode ser mentalizado, utilizando assim as práticas de concentração, para fazê-lo procure uma posição bastante cômoda ou utilize seu Asana (postura) preferido, mentalize-se de pé e comece a executar o ritual mentalmente imaginando os pentagramas como estrelas flamejantes, e no final a imagem a ser vislumbrada é de um círculo de fogo e, a sua volta, em cada quadrante os pentagramas flamejando.

O RITUAL

Voltando-se para o leste, com o dedo indicador, toque a testa dizendo: ATHE (a ti); Em seguida toque o centro do peito e diga: MALKUTH (o reino); Tocando então o ombro direito diga: VE-GEBURAH (a força); Prossiga tocando o ombro esquerdo dizendo: VE-GEDULAH (e a glória); Juntando as mãos sobre o peito diga: LE OLAM ÁMEN (para sempre, amém ). Mentalize a flor de lótus no centro de seu peito ao fazer a cruz cabalística. Enquanto executa os gestos, o praticante deverá concentrar-se em visualizar fortemente uma linha de luz branca que traçará do alto da cabeça até o plexo solar, e dali até os pés, representando MALKUTH. Ele também deverá visualizar uma linha de luz vinda do seu ombro direito até o seu ombro esquerdo, enquanto pronuncia VE-GEBURAH e VE-GEDULAH, desenhando assim uma "cruz " em seu corpo. O praticante deverá também visualizar uma rosa no centro de seu peito ao mantrar a palavra LE OLAHN AMEN, completando assim a primeira parte do ritual, a chamada cruz cabalística.

TRAÇANDO O PENTAGRAMA

Sua figura terá que ser traçada no ar mantendo o seu braço direito erguido juntamente com o dedo indicador ou com seu bastão. Começando pela ponta representada pelo elemento terra terminado no mesmo local de início. Pentagrama da Terra Invocando e Banindo.

OS QUADRANTES

Ponha-se de frente para o Oriente (leste), trace o primeiro pentagrama tomando uma respiração e concentração profunda, aponte o dedo indicador para o centro do mesmo e pronuncie o nome YHVEH ( pronuncia-se: YOD-HE-VAU-HE ) mantrado; Mantenha o dedo apontado para o centro do primeiro pentagrama, e vire-se para o Sul (a sua direita) repita o processo e mantre ADONAY; (pronuncia-se como se lê). Como da primeira vez, volte-se para o Ocidente (oeste) repetindo o mesmo processo, mas mantrando, agora, EHEIHE( pronuncia-se como se lê) Virando-se a sua direita novamente ( Norte ) repita o mesmo processo e mantre AGLA (pronuncia-se como se lê )

INVOCANDO OS ARCANJOS

Voltando-se para o ponto inicial, estenda ambos os braços (em forma de uma cruz) e diga fervorosamente: A minha frente RAPHAEL Atrás de mim GABRIEL A minha direita MICHAEL A minha esquerda AURIEL, A MINHA VOLTA FLAMEJAM OS PENTAGRAMAS (concentre-se e visualize os pentagramas que desenhou no ar, cada qual em seu quadrante, flamejando) E NA COLUNA DO CENTRO ENCONTRA-SE O ESPLENDOR DE SEIS RAIOS (agora, mentalize um hexagrama dourado no centro de seu peito).

FINALIZANDO O RITUAL

Voltando-se para o leste, com o dedo indicador, toque a testa dizendo: ATHE (a ti); Em seguida toque o centro do peito e diga: MALKUTH (o reino); Tocando então o ombro direito diga: VE-GEBURAH (a força); Prossiga tocando o ombro esquerdo dizendo: VE-GEDULAH (e a glória); Juntando as mãos sobre o peito diga: LE OLAM ÁMEN (para sempre amém). Mentalize a flor de lótus no centro de seu peito ao fazer a cruz cabalística. Enquanto executa os gestos, o praticante deverá concentrar-se em visualizar fortemente uma linha de luz branca que traçará do alto da cabeça até o plexo solar, e dali até os pés, representando MALKUTH. Ele também deverá visualizar uma linha de luz vinda do seu ombro direito até o seu ombro esquerdo, enquanto pronuncia VE-GEBURAH e VE-GEDULAH, desenhando assim uma "cruz " em seu corpo. O praticante deverá também visualizar uma rosa no centro de seu peito ao mantrar a palavra LE OLAHN AMEN, completando assim a primeira parte do ritual, a chamada cruz cabalística.

sábado, 21 de abril de 2012

Grimórios


 SOBRE OS GRIMÓRIOS...
  
  A "Grima" é uma palavra já obsoleta, cujos significados são: "sentimento de agressividade, rancor ou frustração, ódio e raiva. Sua etimologia provável é "grimms", do gótico, 'horrível'. Daí talvez provenha a palavra "grimório", pois os grimórios, ou grimoires, eram livros de encantamentos, rituais mágicos, de natureza, aparentemente, religiosa, que reuniam fórmulas para fazer contato, invocar e escravizar demônios ou outras criaturas do Umbral.
   A palavra portuguesa "engrimanço" (ou ingrimanço) tem o sentido de confusão no falar, linguagem arrevesada, artimanha. Viria do francês arcaico “ingremance" ou (ingromance), de mesmo sentido, sendo considerada alteração ou deformação de nigromancia, feitiçaria.
   Quanto à etimologia, bem poderia ser uma mistura dos dois vocábulos...
A maior coleção de grimórios que se conhece, são manuscritos sobre pergaminho, do acervo da Biblioteca do Arsenal, em Paris. Estes manuscritos têm sido copiados pelos historiadores e estudantes de bruxaria, principalmente do século XIX em diante.
   Os grimórios que circularam durante a Idade Média, geralmente eram livrinhos cheios de ilustrações simbólicas, mas que continham prescrições e ladainhas satânicas.
   Na sua maioria, datam do século XVI ao XVIII, embora os seus compiladores afirmassem (e jurassem, se preciso fosse) que os seus conteúdos se baseavam em textos muito arcaicos, de preferência hebraicos, caldaicos ou egípcios...
Bem... Não pretendo entrar no mérito da questão, pois algumas seitas ocultistas bem conhecidas, usam muita coisa "emprestada" dos velhos grimórios medievais.
 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Bruxaria tradicional para iniciantes


  O que chamamos hoje de Bruxaria não possui necessariamente relação direta com os cultos pré-cristãos, como se pode facilmente assumir com a onda de textos sobre bruxaria dizendo o contrário. Na realidade ela surgiu a partir da crença e constatação de que algumas pessoas conseguiam manipular realidades. Isto poderia estar ligado a um determinado culto, embora pudesse subjazer a um facilmente.

   Um xamã ou sacerdote, por exemplo, podia receber uma iniciação dentro de determinado culto onde se previa a ignição de um poder que ocorria ou florescia naturalmente em algumas pessoas e que, não necessariamente, pertenciam ao culto em questão, ou ainda, não estavam em posição de receber este reconhecimento sacerdotal.

  Traduzindo isto para uma linguagem moderna, podemos dizer que um padre possui poder de abençoar conferido a ele através um corpo maior de sacerdotes que volta ao tempo na figura de um padre fundador, presumivelmente alguém que possuía este magnífico poder. Por outro lado, outras pessoas também possuem este poder sem a necessidade de uma ordenação ou filiação, bem como outros dons que não seriam significativos ou aceitáveis a um padre. Um sacerdote de uma religião é feito através de um processo de transmissão horizontal, humana.

  Um bruxo, por uma transmissão vertical, direta e espiritual/sobrenatural. O Bruxo não precisa de aprovação de seus pares e não precisa sequer trabalhar em grupo, quando o faz, juramentos sagrados são feitos para preservação de um vínculo de absoluta confiança e grandeza gerada pelo amor fraternal – um reconhecimento de humildade perante os Mistérios, dos quais ninguém é portador absoluto. Estes pactos nada têm a ver com um ‘poder bruxo’ transmitido, pois isto é algo que nasce com a pessoa, e no máximo, criam uma sintonia com aquela trabalhada por uma determinada ‘linhagem’.